SOBRE O SUICÍDIO
É a pura verdade que são várias as causas de ocorrer o suicído indivividual e de grupos fanáticos... A impressão que se tem é que são poucos os casos de suicídio; mas as estatísticas comprovam ao contrário... Eu desgosto de números; mas me parece que em torno de 150 mil pessoas por ano cometem o suicídio no Brasil... Eu desconheço a relação mundial; mas não é de se duvidar que o índice é bastante elevado, considerando a exclusão social dos povos... E é crível ter a devida consciência que muitos motivos inconsistentes, além dos motivos de maior gravidade, são impulsionados pelas fraquezas humanas em resistir todas as intempéries caóticas das problemáticas desumanas... Eu digo desumanas; porque humano é sofrer o suportável às necessidades do espírito encontrar a sua evolução...
Existem milhares de causas fúteis que podem levar um indivíduo a cometer o suicídio, tanto que a maioria das pessoas que se suicidam é por problemas solucionáveis; partindo do pressuposto que todos os problemas, inclusive os mais graves, podem e devem ser solucionados... O fator preponderante à ocorrência frequente do sucídio é uma ausência de espiritualidade, a qual sempre é necessária para dar sustentação às pessoas ao controle das emoções... Uma pessoa espiritualizada, apesar de sofrer as agruras de uma vida de perturbações emocionais, está mais adaptada espiritualmente para vencer os obstáculos das crises... Há materialistas que tiram a própria vida, porque romperam um namoro adolescente; pois perder o ente querido é, para estas pessoas frívolas, o fim das expectativas – e mesmo o fim do mundo: é comum a presença de adolescentes em hospitais com os pulsos cortados, por terem rompido com as respectivas namoradinhas... Outros tentam tirar as suas vidas precoces, porque se acham feios esteticamente e, neste caso, a publicidade endeusando a beleza, por interesses meramente econômicos, é quem propicia a depressividade nos jovens os levando à tentativa do suicídio...
Um dos fatores que aumenta o risco de suicídio é a perda do emprego por um pai de família, com vários filhos, e uma situação financeira das mais desagradáveis... A demora em conseguir um novo emprego, assossiada com todas as necessidades básicas à sobrevivência familiar, influencia, sobremaneira, a prática do suicídio... É possível que tentar enfrentar as atribulações das crises seja o mais difícil; mas é a atitude menos condicionada às consequências drásticas provocadas pela gravidade espiritual do suicídio... Um amor não correspondido, também, tem levado muitos jovens, que nem iniciaram o processo existencial, a cometerem a grande tolice inconseqüente do suicídio... Pessoas que eram belas e ficando horrendas, depois de um acidente automobilístico, são suicidas em potencial numa sociedade que valoriza a beleza incondicionalmente... Experimentar o sucesso e o perdê-lo posteriormente surpreende muita gente, sendo o suicídio a saída às frustrações emocionais...
Muitos casos diversos têm sido motivos de se cometer o suicídio; mas eu penso que um homem muito rico, que enricou através do esforço do seu trabalho (honesto ou não), caindo em miséria absoluta; seja quase impossível aceitar a idéia de ter que recomeçar do zero a recompor a sua vida – principalmente estando numa idade avançada... É quase que a maioria destes casos a se induzir ao suicídio... Pois recomeçar do nada, depois de se encontrar no gozo dos prazeres materiais, oferecendo à família uma vida luxuosa, é uma provação quase impossível de se cumprir...
Se pudesse haver uma lógica que a persistêcia da vida, após o desenlace perispritual da matéria, não fosse uma realidade comprovada pela ciência filosófica espiritista; poderíamos admitir a possibilidade que tirar a própria vida, nos momentos turbulentos, fosse uma ingente decisão muito apropriada à solução dos nossos problemas... Mas é exatamente ao contrário disto, que o espírito, ao obter o desencarne abruptamente, através do suicídio, que ele vai se conscientizar sobre a continuidade da vida espiritual, descobrindo que fracassou nas suas provações e expiações materiais: o pior disso tudo, é que o sofrimento material, que o fez desencarnar indevidamente, aumentou e vai sempre aumentando à medida que se conscientiza que a dor é necessária para depurar o seu espírito, enquanto não alcançar, em definitivo, a sua purificação espiritual...
Todos os suicidas sofrem muito no mundo espiritual, até reencarnar novamente aqui na Terra; onde terão que enfrentar uma vida muito mais sofrida do que a anterior... É, portanto, de se concluir que o suicídio é um grande eqívoco material, não propiciando o alívio de nossos pesares, e ainda aumentando sempre, as nossas dívidas...
FERNANDO PELLISOLI
Enviado por FERNANDO PELLISOLI em 13/10/2010