REFORMA ÍNTIMA
Não podemos passar pela vida sem fazer uma reforma íntima em nossos espíritos ainda inferiores... Compartilhar dos ideais sapientes (em detrimento do gozo dos prazeres materiais) é uma maneira singela de alçarmos a dignidade de conceber os novos valores espirituais, que nos esperam avidamente em seus aposentos da sabedoria... É preciso que saibamos entender da relevância de nos elevarmos moralmente; muito mais do que intelectualmente: estamos avançando em nossa intelectualidade tecnológica; mas, infelizmente, ainda somos os mesmos animais moralmente atrasados – os nossos sentimentos ainda estão impregnados de pecados capitais que violam as leis imutáveis de Deus...
Estamos encarnados na matéria, num planeta chamado de Terra, para aperfeiçoarmos os nossos espíritos: o espírito alcança a perfeição depurando-se – e para isto é preciso o aperfeiçoamento moral e intelectual... Muitos espíritos maus são muito inteligentes; mas são inferiores na escala da espiritualidade, porque moralmente são incontestavelmente muito atrasados: vamos progredindo moralmente à medida que introduzimos em nossas vidas a prática do Bem – praticar o Bem, não é simplesmente não fazer Mal ao próximo... Fazer o Bem é ser prestativo e caridoso (sempre que nos for possível) aos desamparados... O egoísmo é um dos grandes males do materialismo, onde os seres humanos enrobustecem nas suas implicações sociais... O amor deve substituir o egoísmo à medida que os homens possam progredir espiritualmente através do sofrimento – depurando as suas anomalias morais e intelectuais... Talvez as pessoas possam pensar que o sofrer é desnecessário, pois ser feliz é muito mais interessante... A nossa passagem pela Terra não comporta a lucidez da felicidade, pois a felicidade só é alcançada no mundo espiritual, quando os espíritos alcançam a perfeição e se tornam Espíritos Puros... Na Terra, temos respingos de felicidade – que são momentos alegres e divertidos, onde recebemos a impressão muito dissipada da verdadeira felicidade... Mas se nós buscamos intensamente a felicidade, devemos começar a fazer uma reforma no âmago dos nossos espíritos; ainda embrutecidos pelos nossos defeitos viciosos...
Para efetuarmos uma reforma íntima basta fazer um planejamento em nossas riquezas naturais, adquiridas em vidas passadas, e reformularmos as nossas deformidades que persistem no transpassar das encarnações materiais... Sejamos humildes para constatar as nossas carências emocionais e psicológicas, as nossas anomalias de caráter e os nossos ambiciosos desejos de riquezas materiais... Gozar a vida material pode ser muito bom; mas o gozo espiritual, na elevação das virtudes (em detrimento de nossos vícios egocêntricos) dá-nos a indelével sensação de penetrar na grandiosidade amorosa de Deus... Só é possível penetrar no gozo da felicidade, ainda que na Terra, desenvolvendo a nossa moral – que nos eleva até Deus... Somente com a nossa inteligência, ainda que seja a inteligência de um gênio, não é possível adentrar-se ao mundo ditoso dos espíritos felizes...
A persistência e a força de vontade nos encaminham aos degraus da evolução espiritual; ainda que na vida material tenhamos que oprimir o nosso tempo de orgasmos, para merecermos o direito relevante de nos apropriarmos das bênçãos dos azulados celestiais... A vida material é momentânea, vertiginosa, efêmera e passa rápido demais: e a carne é muitíssimo frágil como o esmagar de uma formiga por descuido de nossos passos – estamos envelhecendo a cada dia, onde nas amarguras nos despedaçamos... Mas os nossos espíritos são eternos e jamais envelhecem, pois que saibamos alimentá-los dos tesouros sapientes espirituais; reformando o nosso âmago em suas deformidades viciosas, que os impedem de crescer espiritualmente... Os trabalhos reformadores de nossas intimidades, que não forem aplicados efetivamente em nossas vidas escoladas, haverão de reiniciar nas posteriores encarnações – é para isso que existe a reencarnação, dando novas oportunidades aos espíritos para se corrigirem e evoluir na direção divina...
Não se lamente ao ler este meu texto, se por ventura estiver debruçado (ou debruçada) nos abraços macabros das ingestões cadavéricas dos prazeres materiais: é possível, quando quiseres, lamentar-se menos, recomeçando do zero uma nova vida de virtudes, recheada de humildade, de amor cristão e de uma caridade indispensável à tua felicidade vindoura; propiciando a tua salvação à Eternidade... Deus é bom e justo e te dará quantas chances for necessário, para o teu arrependimento e à reparação dos teus erros... Viva a vida intensamente – nesta convicção que o segredo da boa vida material está no bom uso de nossas faculdades mentais, administrando o nosso tempo precioso na prática das boas ações que sejam benéficas à sociedade humana: praticar o Bem é ascender aos mais elevados níveis da espiritualidade, até que estejamos depurados e aptos a gozar da felicidade eterna nas mansões infinitas do reino de Deus...
FERNANDO PELLISOLI
Enviado por FERNANDO PELLISOLI em 24/09/2010