LUZ PURA
A figura transpassada
Retesa o olhar transfigurado e etéreo,
Pois o suplício da eletricidade
Trepida à mão.
O poema não quer nascer?
Talvez a altitude emancipada e vazia
Possa descrever o eterno
Na cíclica manhã.
Os meus versos
Podem transcrever a lógica da ilógica,
Mas a denúncia da delícia débil
Destrói o nervo.
A luz pura
Atravessa o carvalho neste orvalho,
Pois a destilação do veneno
Esmaga a ação.
Por favor,
Não me peçam a lógica dos poemas,
Pois o poeta é louco e ilógico
No seu desamor.
A minha lucidez
(Se é que me resta alguma pra vender?)
Transpira no gozo apodrecido da manhã defunta...
(por Fabiano Montouro)
FERNANDO PELLISOLI
Enviado por FERNANDO PELLISOLI em 24/09/2010