DESFILE DO OZÔNIO
O poema quer nascer?
Irremediavelmente nascerá distorcido,
Pois a métrica destila nulidade
No arremedo do verbo.
Os meus versos
São paralelas flexionadas dos atletas,
Pois o engodo das orquídeas
Exala o teu odor...
O desfile do ozônio
(Sobre os céus enovelados e carentes)
Perfura o espaço sideral inapto
Em conformidade...
Se eu sou hermético?
Sou um poeta estranhamente insólito,
Pois labuto na convivência vil
Do desespero letal.
Faço poemas
Como quem contesta o inevitável,
Pois sou juramentado
Pra, em ti, sofrer...
E a esperança?
Nem os campos (com flores coloridas)
Alçam a minha tristeza incolor do meu desamor...
(por Fabiano Montouro)
FERNANDO PELLISOLI
Enviado por FERNANDO PELLISOLI em 24/09/2010