ALERTA GERAL
Reencontro no espectro
A minha incapacidade nominativa,
Narrando um suplício ingente e incandescente
Nos respingos pós-orvalhados;
Mas o poema nasce
Desnorteado desfazendo deslumbres,
Pois o desafeto distorcido
Destrói as dálias...
O silêncio dos lábios da noite
Obscurece a linguagem ecumênica;
Mas os mártires das turvas Democracias
Cumprem o ensejo...
O meticuloso alerta geral
Suspendeu o suspiro do sepulcro;
Mas o indócil naufrágio
Flui à ilha...
As nuances dos versos
Dilaceram desdobramentos indirigíveis;
Mas a ventania te vislumbra
No teu gozo sensual.
Estraçalho em meus abraços
O esforço famigerado da ganância;
Mas perpasso o disfarce vil
Na gula mísera...
II
Aperto o cinto
Na trajetória crucial indelével da vida,
Pois o sortilégio macabro
Tripudia a minha glorificação
Descoberto o Sistema,
Eu confabulo com as arestas insensatas;
Mas a coagulação na Nação
Compacta o óbvio...
Espero o verde declive
Da esperança entorpecida em desamor,
Pois a vítima do acesso irreal
Atropela o Bem
Acredito no nupcialismo
Desfazendo a virgindade das noivas
Pois os olhares despertamente subconscientes flagram
O interlúdio dos amores carnais
E esta cor amarelecida
Denuncia a monotonia entediada,
Pois na espessura do deslize indesfrutável
Dissipam-se todas as nossas graças...
(por Fabiano Montouro)
FERNANDO PELLISOLI
Enviado por FERNANDO PELLISOLI em 23/09/2010