IDÉIA CLÁSSICA
O poema quer nascer;
Mas a turbulência das antenas
Pode alterar o fulgor
Do poeta
Como parir o poema
Se a lucidez inválida do cérebro
Pode transgredir a paixão
Ao avesso?
A idéia clássica
De versejar o adverso do verso
Abocanha a fome nos alvos andaimes
Do amor eterno
Os meus versos
Comungam a versão original
Dos poemas férvidos e dilacerados
Na caduquice...
Escrevo em desalinho;
Mas envolto à travessia mirabolante
Da tragédia impoluta dos céus
Na esquina da lua.
Não procurem à lógica
Na ilógica dos versos impróprios,
Pois desnorteio o vácuo
No obtuso dos teus olhares
II
O poema madurou.
E o delírio delinqüente desliza
Nas veias do poeta da loucura
Na brutal distância
Uma história clássica
Revolucionou a vida do poeta;
Mas o surto tripudiou
A emoção.
O poema nasce
Impondo tempestades invariáveis,
Pois o segredo desastrado
Desvela a dor
Constituo o teu amor
Na minha plácida manhã defunta;
Mas eu destilo à tua procura
No juízo celestial...
(por Fabiano Montouro)
FERNANDO PELLISOLI
Enviado por FERNANDO PELLISOLI em 23/09/2010