SEGUNDA REVELAÇÃO
Esta é uma página belíssima da nossa tão sofrida humanidade. E o representante da segunda revelação divina é o revolucionário do espírito, anunciado, na sua época, como o grande Messias enviado por Deus – para dar início a espiritualização das sociedades humanas. Nunca tivemos, em nenhum momento da nossa história, um homem todo divinamente fascinante, que nos envolve e nos encanta para todo o sempre. E de tão radiante, com grandes poderes mediúnicos curadores, inspirados e intuitivos, deslumbrou o seu tempo e deslumbra, também, a nossa humanidade pós-moderna. A sua passagem pela Terra é tão impressionante, que muitos religiosos fanáticos o julgam ser o próprio Deus; que encarnou na Terra. Este fanatismo débil desconhece os atributos de Deus – citando três deles: imaterial; imutável; infinito... Ora, Deus sendo imaterial é tudo; menos matéria. Sendo imutável, nunca muda; não estando sujeito às transformações da matéria. E, por último, Deus sendo infinito não pode deixar de sê-lo e transformar-se num ser finito e limitado; pois as suas leis, também, são imutáveis – se tivesse encarnado o Cristo, a organização dos seus universos infinitos estaria abalada. E o próprio Jesus Cristo quando fora confundido com o nosso Deus único, respondia: “eu não sou Deus; sou filho de Deus”. Ora, o Cristo era um espírito encarnado num homem: fora do corpo, somos todos espíritos e, por conseguinte, irmãos de Jesus Cristo – todos os espíritos são filhos de Deus... Jesus é filho de Deus tanto quanto nós o somos, também: nada complicado...
Quando o rei Herodes soube que o Messias já tinha encarnado na Terra, mandou matar todas as criancinhas que tivessem até dois anos de existência (que grande filho duma égua, com o perdão das palavras inaudíveis...). Mas os pais de Jesus escaparam para o Egito, levando-o junto. E foi lá no Egito que Jesus Cristo cresceu e fez a sua iniciação filosófica e moral – precisamente nas dependências da pirâmide de Quefren: Fernando Pessoa, num dos seus inumeráveis poemas, disse: “o mais do que isto é Jesus Cristo, que não sabia nada de finanças nem consta que tivesse biblioteca”. Quanto às finanças, dizia ele ao povo: “daí a César o que é de César...” E quanto a não ter tido uma biblioteca é mais um equívoco do Pessoa, pois o Cristo estudou e aprofundou os seus conhecimentos intelectuais, morais e espirituais, através das sabedorias e das sapiências egípcias, nas dependências da pirâmide de Quefren, como já mencionei acima. Jesus permaneceu estudando na pirâmide de Quefren até completar trinta anos de idade. Depois disso, retornou para a sua terra natal, e começou a sua manifestação espiritual pelas redondezas do Império Romano: será que o famoso teólogo Rubem Alves sabe destes acontecimentos históricos do Messias?
Na época em que Jesus viveu, Roma era o Mundo! E os imperadores romanos eram todos loucos; e o povo era submetido a uma vida miserável e de adoração ao imperador deslumbrado. O materialismo cético dos imperadores, envolvidos pelos bacanais da luxúria e pelos prazeres materiais insaciáveis, era visível depravação e provável decadência do Império Romano. É neste cenário desprezível que a figura de Jesus Cristo aparece, dizendo coisas do outro mundo, o espiritual. Não é de se duvidar que o povo alienado e os próprios discípulos de Jesus, em determinadas situações das suas ações, tivessem pensado que o mestre era um louco; pois Jesus usava uma linguagem ímpar, com parábolas e alegorias, com um misticismo sobrenatural para a sua época. Mas tenho certeza, muito mais que palavras de cunho espiritual, a realização das suas “milagrosas” curas, em praças públicas, à vista de todos, transformou o homem Jesus numa grandeza de credibilidade incontestável. É claro que os seus ensinamentos espirituais, a revelação do mundo espiritual de Deus e, principalmente, a disseminação sobre a força poderosa do amor ao próximo, a importância do perdão aos nossos inimigos, entre outras atitudes do Cristo, foram decisivos para elevá-lo à divindade. E foram os milhares de curas efetuadas em praças públicas, ou não, e seus pensamentos espirituais revolucionários sendo muito exercidos, num período que duraram três anos, que despertaram a curiosidade do imperador romano. Os poderes paranormais de Jesus Cristo o transformaram num deus vivo e encarnado. Ora, o imperador, que se julgava o próprio Deus, ficou muito preocupado com a presença de Jesus Cristo dentro do seu vasto reino – e mandou chamá-lo à sua presença onipotente... Indagado pelo imperador se ele era Deus, Jesus respondeu: “tu o dizes”... O imperador exigiu que Jesus demonstrasse os seus poderes: Jesus calou-se e abaixou a cabeça... A mediunidade extraordinária de Jesus Cristo não era mágica: era um fenômeno paranormal que Jesus usava para efetuar o Bem, nada mais... Não podia fazer mágica para ser respeitado pelo imperador. E por não ser mágico, e nem Deus; foi morto e crucificado. E foi crucificado como um revolucionário subversivo; e não como um onipotente deus vivo...
Os teólogos, evidentemente, discordam do meu pensamento político e filosófico do Cristo. A religião transformou um grande revolucionário da espiritualidade da nossa humanidade no Deus todo poderoso (pai, filho e espírito santo): três energias sendo uma única... Que grande especulação da fé humana, por religiosos esfomeados na ganância pelo poder material e espiritual... Jesus não é Deus; é um Espírito Puro e o governador do planeta Terra... Novos tempos virão que irão comprovar as afirmações que estou fazendo: as faço como um iniciado na senda do Espiritismo.
O fato de Jesus Cristo não ser Deus, sendo o grande revolucionário espiritual da nossa humanidade, em nada diminui o seu poder mediúnico de governar o planeta Terra, e de continuar realizando as suas curas mediúnicas – e inspirando e intuindo a espiritualidade dos homens de boa vontade. É bem verdade que as curas que o Cristo realiza ocorrem somente nos homens resignados, tolerantes, e muito pacientes com os seus males, movidos pela fé científica – a fé cega, não tendo base científica em relação aos poderes mediúnicos de Jesus, encontra mais dificuldades de se sintonizar com o Cristo; não querendo dizer que os homens de muita fé cega não possam obter as curas desejadas: tudo depende do mérito da questão e da perseverança... Bem sabem os senhores leitores que não foram todos os homens doentes a serem curados pelos poderes mediúnicos do nosso grande mestre, ou melhor, doutor espiritual...
FERNANDO PELLISOLI
Enviado por FERNANDO PELLISOLI em 19/09/2010