PROSA POÉTICA
Perdi o sono, e fiquei remoendo os meus pensamentos. E quando me dei por conta, estava a escrever mentalmente um livro de prosa poética: livro este que já vinha amadurecendo em mim a idéia de escrevê-lo. Não teve outro jeito, levantei-me, esquentei um pouco de café, e cá estou eu a construir um prefácio de um livro poético...
Normalmente, eu escrevo os meus prefácios após o término da obra; mas este me impulsiona, tão indescritivelmente, que suponho o inimaginável a esta obra poética que já vinha amadurecendo em meu ser... Espero encontrar uma inspiração aguçada e uma imaginação fluente para elaborar cada texto, cada parágrafo, cada período, cada frase e cada palavra poética, que ainda não esteja pré-determinada pelos meus anseios literários...
No passado, escrevi alguns livros de prosa poética; mas eu perdi tudo num vendaval criminoso, não podendo publicá-los... Talvez não estivessem bons se o destino assim o quis; mas foi trabalho realizado numa época em que eu me julgava feliz: e o era ainda que a vida fosse difícil de engoli-la... E se há males que vem para o Bem, posso dizer que me encontro num momento mágico em minha vida; escrevendo muitos livros, sem cessar a motivação...
Quero perfurar o meu coração nesta obra, debulhando, se assim o fizer, uma gotícula de amor em cada palavra apresentada pelo seu significado e seus significantes poéticos incomensuráveis... Não espero nada além de uma prosa poética amalucada, pois sou o poeta da loucura – e devo honrar este título com uma criatividade voltada a este estilo prazeroso de escrever que tenho... Ser o poeta da loucura não significa dizer que não tenho apreço pela a escrita, que não tenho seriedade no que faço; ao contrário, ser o poeta da loucura é ser profundo, inquestionável e absolutamente surrealista, abstrato e hermeticamente lírico. E sei da minha relevância à psique humana, pois trabalho substancialmente com os produtos do meu subconsciente para elaborar a criação dos meus textos literários...
Quando escrevo os meus livros, parto do pressuposto que a maioria das pessoas é louca – e quem provar o contrário, é gênio... E genialidade é coisa dos grandes loucos inconformados com as injustiças sociais do Sistema... E pensando assim, espero que esta obra poética venha nos trazer o discernimento necessário, para se acreditar que podemos viver num mundo justo, caridoso e repleto de amor ecomunitário e fraterno...
Ademais, que este livro possa superar as expectativas dos leitores, dos críticos e, sobremaneira, dignificar a nossa literatura brasileira: sem isso, eu ficaria extremamente desapontado comigo mesmo, e com o meu potencial de criar o inusitado de forma límpida e translúcida... É indelével a minha idéia de sempre produzir os meus textos, iluminados pela supervisão dos meus protetores espirituais: sem a orientação deles, o meu trabalho não teria a substância necessária para eu obter o sucesso desejado...
FERNANDO PELLISOLI
Enviado por FERNANDO PELLISOLI em 17/09/2010
Alterado em 18/09/2010