CRIAÇÃO DOS SANTOS
A Igreja Católica vive procurando acontecimentos “sobrenaturais”, na vida dos seus membros eclesiásticos, para perpetuar a idéia errônea dos famigerados milagres, que ocorrem na face do nosso ainda inferiorizado planeta Terra. Muito embora o Espiritismo já tenha comprovado que o sobrenatural é apenas um fenômeno paranormal (ou mediúnico), observado e permitido pelas leis imutáveis de Deus, não tendo absolutamente nada a nos oferecer de milagroso: uma perna amputada não pode ser reconstituída milagrosamente; pois seria uma contrariedade às leis eternas e divinas. O próprio Deus, senhor absoluto de todas as coisas, não contradiz aos seus desígnios e, portanto, não realiza estes milagres apregoados pelo Catolicismo. Quem costuma operar milagres são os mágicos através dos seus truques fascinantes e, muitas vezes, intrigantes: mas são truques bem elaborados – nada, além disso...
Em se tratando das qualidades dos “milagres” é que o Clero vai criando os seus “santos”: quanto mais incrível for à manifestação milagrosa provocada por um homem, maior a sua santificação – e a procura destes operadores de pseudomilagres pelos fiéis aumenta à medida que a Igreja anuncia um novo milagre, realizado por determinado “santo”. Nunca se viu, em nenhuma época, alguém fazer tantos “milagres” como o fez Jesus Cristo: é por isso que a Igreja Católica resolveu transformá-lo no Deus vivo do Catolicismo. É bem verdade que o Cristo fez milhares de curas, das mais variadas possíveis, na sua passagem pelo nosso planeta; mas as suas curas em nada pode se comparar aos milagres apregoados pela “Santa Igreja”: seus feitos curadores ocorreram devido ao seu poder mediúnico de cura – Jesus era um médium curador... O Espiritismo tem em seus centros espiritistas espalhados pelo mundo milhares de médiuns curadores que fazem curas de diversas doenças físicas e mentais; e isto não tem nada de milagroso e está de acordo com as leis regidas pela previdência dos mundos materiais e espirituais entrelaçados. Estas curas que são feitas através do Espiritismo não criam alarde, porque o processo curador mediúnico é simplesmente um ato de amor caridoso – e quem faz caridade, o faz em silêncio como bem ordena os ensinamentos espirituais.
Desesperado com a sua decadência religiosa, já não sendo um grande anestésico como antigamente, pois as suas igrejas que viviam abarrotadas de fiéis estão cada vez mais ocas e vazias, o Papa anseia por milagres novos de seus membros vivos, e já falecidos, para tentar avivar novamente uma organização religiosa - que está fadada a desaparecer da face da Terra, com o avanço científico, filosófico e, sobretudo, tecnológico dos nossos dias atuais e vindouros. A Igreja percebe a rapidez que as coisas se transformam nesta pós-modernidade e, assustada, descobre que só tem dois caminhos para seguir em frente: desfazer-se de seus dogmas ultrapassados e adaptar-se aos conhecimentos científicos e filosóficos do Espiritismo; ou sucumbir nas trevas do esquecimento religioso reacionário... Os seus rarísssimos pronunciamentos atuais são medíocres, e o Papa quase não se manifesta se comparado aos Papas que já se foram: sinais dos tempos! E o desespero da Igreja é tão ingente que os seus padres estão virando artistas – cantores, atores, etc. Tudo para tentar salvar uma organização potencialmente material; mas extremamente fragilizada espiritualmente, devido aos abusos teológicos que vem cometendo através dos séculos...
Temos hoje, em suas dependências paroquiais, apenas aquelas ovelhinhas ainda muito ignorantes no que tange ao conhecimento de Deus e de seus universos infinitos (materiais e espirituais). E por sofrerem de grandes privações materiais e espirituais, sem ter a luz das opções, permanecem fazendo as suas peregrinações eclesiásticas, as suas empobrecidas romarias; acreditando que os “santos” da Igreja Católica irão curá-los de suas enfermidades: e são movidos por uma fé cega (a mesma fé cega das indulgências que enriqueceu o Clero com as doações das propriedades das populações incautas). Mas Deus tem se desvelado através dos seus profetas e dos seus messias, tanto que nos basta para termos uma fé científica sobre a sua soberana onipotência. Mais a frente, veremos que o Espiritismo foi enviado por Deus para nos auxiliar no nosso desenvolvimento intelectual e moral, e produzir (em nossas consciências adormecidas) uma verdadeira fé científica, que não é capaz de mover montanhas (coisas da mágica); mas deve ser capaz de mover de nossa mente e de nossos corações as nossas imperfeições do espírito. Uma fé científica que nos apresenta o Deus verdadeiro com os seus atributos e com a sua perfeição em todas as perfeições da sua infinidade...
FERNANDO PELLISOLI
Enviado por FERNANDO PELLISOLI em 16/09/2010