Fernando Pellisoli
Sou o Poeta da Loucura da Pós-modernidade
Meu Diário
30/09/2010 21h52
MEU ADOLESCER
 
Depois que abandonei os estudos, aos 14 anos de idade, passei a freqüentar uma sociedade recreativa conhecida por Coríntias: adorava brincar na piscina e paquerar as garotas bonitas; mas a minha pele cheia de espinhas (no rosto, no peitoral e no dorsal) me deixava intimidado... Acabava sempre me retraindo diante das fantasias que me surgiam: apesar das espinhas, tendo um corpo escultural, era sempre assediado por rapazes e garotas... Mas não havia jeito, escapava de mansinho sempre que alguém me desse uma bela duma cantada... Queria fazer sexo com as meninas; mas a minha timidez (devido à acne crônica) levou-me ao insulamento precoce...
No entanto, depois de algum tempo freqüentando o clube, acabei por namorar uma garota não muito bonita; mas não se podia chamá-la de feia – era simpática... Namoro de adolescente encabulado, sem muitas pretensões... Mas o meu irmão, que também freqüentava o clube, arranjou uma gatinha nota 10... Bastou eu colocar os olhos nela, e ela colocar os olhos em mim, para nascer a minha grande paixão juvenil... Tão sapeca que era a bonequinha, que foi logo apresentar as manhas: por coincidência, a minha namoradinha e a belíssima moravam juntas numa pensão – de quinta categoria, é bom que eu diga... Pediu à minha namoradinha que ela me emprestasse por uma semana (só para ela tirar um sarrinho comigo)? Não é que a minha namoradinha, sabendo que a bonequinha gostava apenas de se divertir com os garotos, acabou por concordar com o empréstimo do namoradinho? Que maluquice é essa, eu pensei; mas fiquei fissurado naquela coisinha de corpo escultural e rosto belíssimo: começamos a namorar dentro da piscina, e foram os meus primeiros orgasmos em contato com o sexo oposto... Ela era maravilhosamente audaciosa, levando-me à loucura: amávamo-nos dentro da piscina, ainda que muita gente percebesse as nossas obscenidades... Não dá para descrever o que fazíamos dentro da piscina sem ser pornográfico: era uma garota impetuosa e decidida a se aventurar desde cedo... Mas uma grande paixão incendeia os nossos corações, e a minha namoradinha me perdeu: bem feito, quem mandou me emprestar... O meu irmão ficou um pouco aborrecido que perdeu o filezinho; mas estávamos predestinados (um casal precoce) a nos apaixonar um pelo outro...
Como eu sempre gostara dos estudos, ficando sem estudar, acabei por ser assíduo freqüentador da biblioteca municipal, levando sempre para casa alguns livros para o meu discernimento: tinha fome de conhecimento, ambição de sapiência e sede da verdade... Não é de se duvidar que eu sorvesse os mais variados mecanismos do saber, e a literatura passaria a fazer parte da minha vida íntima para sempre... Estudei tudo que me interessou na época: alguns autores renomados, filosofia, esoterismo e poesia... E muita literatura variada, conforme o meu estado de espírito... De tudo, tenho a absoluta certeza que aprendi muito mais que se tivesse estudando no ensino público; porque tive a liberdade de expressão em buscar os meus conhecimentos adquiridos de forma límpida e translúcida... Já escrevi muito no dia de hoje; portanto deixarei para outro dia o decorrer dos acontecimentos da minha adolescência... Pretendo continuar falando da minha paixão adolescente e do meu iniciar autodidata nas letras e nas artes...
  
  
 
 
                                       
Publicado por FERNANDO PELLISOLI
em 30/09/2010 às 21h52