Fernando Pellisoli
Sou o Poeta da Loucura da Pós-modernidade
Textos
O SIGNIFICADO DAS SOLIDÕES


Normalmente, a maioria das pessoas, de um modo geral, prefere uma euforia nas multidões a ser prisioneira dos insulamentos forçados – pois as festividades e as badalações costumam subestimar a inteligência dos leigos: acham que as alegrias dos relacionamentos sejam a única resposta para todos os suplicantes mistérios da existência humana... Excepcionalmente, as solidões desnecessárias devem ser evitadas, pois é possível que se entenda que o Homem não é uma ilha; tendo nascido para viver em sociedade... Quanto a isso não tenho a menor desconfiança que nós nascemos imbuídos de uma sutil personalidade inclinada ao convívio social...
Mas é preciso que saibamos raciocinar da necessidade emocional e psicológica, que temos em vivenciar estes percursos dolorosos, onde as tristezas são construtivas no sentido do aperfeiçoamento de nossos espíritos, devendo, nestes casos, buscar as reflexões que só podem ser todas alcançadas no refúgio das solidões necessárias... Pode até parecer um pensamento masoquista acreditar no sofrimento dos insulamentos inevitáveis – como se sofrer fosse uma maneira sensata de evoluir o espírito... Mas é exatamente o sofrimento (encontrado nas ingentes solidões) o responsável pelo aperfeiçoamento do espírito, através do processo de depuração – que propicia a purificação e a libertação de nossos espíritos, sobretudo a eliminação dos pecados capitais que martirizam as sociedades humanas...
Quando estamos vivenciando as nossas alegrias, a euforia nos afasta dos pensamentos de conscientização correlacionados aos nossos problemas espirituais... Ser feliz não pode ser uma busca incessante de gozos materiais, pois as coisas materiais são efêmeras – e os nossos corpos são matéria em decomposição... É preciso que saibamos buscar nas meditações das solidões o verdadeiro significado da nossa existência material, de onde viemos e para onde vamos engendrar os nossos espíritos incautos... Devemos desvendar os mistérios que não são insondáveis, aceitando a realidade que os mundos espirituais (onde habitam os espíritos) são os mundos verdadeiros, reais; pois os sistemas destes mundos planetários são provisórios e perecíveis: todos os mundos espirituais são eternos – os espíritos são eternos!
Insulados nas profundas solidões, podemos perceber as frivolidades das ilusões materiais, despertando em nós uma consciência cósmica, que nos ajuda a perceber as nossas imperfeições espirituais, e a necessidade que temos de nos corrigir paulatinamente... Pode parecer um sonho esta percepção de que estamos aqui de passagem tão-somente para aperfeiçoarmos os nossos espíritos; mas, acreditem, é a mais pura realidade cosmológica... E as solidões de nossos espíritos, crivando-nos de tristezas, são relevantes para apressarmos os nossos passos à espiritualidade e para a felicidade eterna... É preciso que tenhamos coragem, perseverança e resignação para nos adentrarmos nestas indesejáveis solidões – que precisamente nos empurram aos questionamentos intelectuais e morais sobre nós mesmos e sobre os nossos destinos humanos e espirituais...
No refúgio das ingentes solidões é que os artistas revolucionários de vanguarda têm perpassado à nossa humanidade imensas revoluções sociais, tendenciosamente instigando o progresso de todos os povos... Na euforia das grandes multidões é quase inviável a manifestação do pensamento, ainda que os homens geniais possam se manifestar desta forma: é sempre o recolhimento espiritual que aproxima o homem de sua essência – onde estão guardadas as magistrais descobertas artísticas e científicas... É provável que você pense ser uma pessoa comum, e que está na Terra exclusivamente para ser feliz: podemos ter apenas alguns momentos felizes; mas as nossas preocupações cotidianas existem para aprimorarmos a nossa psique, evoluindo os nossos espíritos imperfeitos...
Se você está enfrentando situações turbulentas; não fique desesperado achando que Deus o esqueceu: quando estamos em conflito existencial é fundamental que saibamos que Deus nunca nos abandona, estando muito mais presente em nossas crises existenciais – ainda que a vida possa nos demonstrar o contrário, Deus é bom e justo... Converse com Deus e desabafe as tuas lamúrias: peça forças para enfrentar as negritudes das solidões melancólicas, pois somente a onipotência de Deus poderá te ajudar... O sofrimento te fará crescer no espírito, ainda que a tua vida material esteja com os teus caminhos trancados: num sopro de Deus, a tua vida material vira puído... Seja espirituoso e aproveite as tuas solidões para desenvolver as tuas percepções mediúnicas e os teus talentos obscurecidos pelas ilusões da matéria... Erga as mãos para os céus e agradeça por Deus ter te escolhido para o insulamento revelador de suas verdades... E lembre-se que o peso da tua cruz nunca será maior que a força que você tem para carregá-la: seja compreensivo e a carregue suavemente do mesmo jeitinho humilde que o Cristo carregou a dele; e liberte o imenso amor da tua essência sempre que vencer as etapas das tuas provações, expiações ou missões... Solidões existem para serem sorvidas ao máximo – aproveite o teu tempo de vivenciar os grandes sentimentos... A vida é muito mais que vagas alegrias...






FERNANDO PELLISOLI
Enviado por FERNANDO PELLISOLI em 24/09/2010
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