Fernando Pellisoli
Sou o Poeta da Loucura da Pós-modernidade
Textos
O PODER DA ARTE


Eu penso que somente um grande artista poderia preencher esta lacuna tão relevante do meu livro; mas não tendo a possibilidade de ceder este espaço a um grande artista, pois não tenho o privilégio de ser amigo dos grandes artistas – penso que deverei me submeter a esta tarefa tão substancial ao desenvolvimento da nossa humanidade... Ainda que eu seja um artista dos menores, tenho a possibilidade de tecer alguns comentários sobre o poder que a arte tem exercido nas nossas civilizações...
Quando eu falo em poder da arte quero dizer e enfatizar os aplicativos revolucionários da mesma... Sim, a arte é revolucionária por si mesma; e o artista vanguardeiro é a peça fundamental para o processo criativo, sempre desenvolvendo novas atitudes de se ver o mundo. É bem verdade, que toda arte revolucionária tem um tempo apropriado para surtir o seu efeito transformador... Não foram poucos os grandes artistas a deixarem este mundo sem verem a repercussão de suas obras de arte... Van Gogh foi humilhado, enquanto vivo, pelos artistas tradicionais da sua época: tornou-se o gênio da pintura impressionista e expressionista, e proporcionou a abertura para o surgimento da arte moderna – e cem anos depois de sua morte, as suas obras tornaram-se as mais caras do mundo das artes... O reconhecimento sempre vem tarde demais, pois a vanguarda trabalha para as novas gerações: tem sido assim, eu penso...
A arte cria e tem criado novas possibilidades de se relacionar com as coisas e, principalmente, com a vida... As artes materialistas apresentam novas concepções do estético, do belo; as artes espiritualistas apresentam as metamorfoses do subconsciente e os conflitos do psiquismo humanos. Todas elas têm as suas importâncias no nosso contexto social, aprimorando o nosso senso de civilidade... Não fosse o trabalho exaustivo dos grandes artistas, estaríamos, ainda, navegando nos oceanos da ignorância estética. As novas concepções artísticas nos mostram um mundo novo, libertando-se das amarras da religiosidade retrógrada... O poder da arte integra o Homem numa civilidade de extrema sensibilidade psicológica, mostrando-nos uma variação de possibilidades em compor a silhueta da humanidade...
Antes de ser um modesto crítico, sou um humilde artista vanguardeiro como tantos outros... E por ser um artista vanguardeiro, sei da ingente possibilidade de não ser compreendido dentro da minha época; mas não consigo me incomodar com esta visível realidade – sou um artista espiritista, ciente das verdades espirituais... Na minha arte, eu procuro desvelar os segredos do subconsciente humano e dilatar o conhecimento da realidade espiritual... Procuro desenvolver na minha realidade artística uma fé científica, fundamentada pelos meus estudos espiritistas, alertando a humanidade de sua tendência à materialidade... A origem da minha arte subconsciente está ligada nos mundos espirituais, habitados pelos seres incorpóreos – ou espíritos...
A minha arte é mediúnica – sou médiun inspirado e intuitivo – e sei da relevância dos Espíritos Superiores correlacionada com o meu processo criativo: mas saibam que não sou médiun escrevente (ou psicógrafo), e que os meus livros não são psicografias... Recebo influencia dos espíritos, isto é verdade, mas eles fazem apenas uma supervisão na minha arte... Quem pensa sou eu; eles apenas me coordenam quando eu estou em rumo errado... Este procedimento mediúnico ocorre com a maioria dos grandes artistas, pois a inspiração e a intuição artísticas são fenômenos mediúnicos, ocorridos em todos os tempos da história da nossa humanidade... É possível que muitos artistas materialistas não tenham esta orientação do mundo espiritual, pois as suas artes só refletem as realidades da matéria; mas, ainda assim, creio que o anjo de guarda de todos eles tem uma grande participação em suas artes...
O importante, diante de quaisquer obstáculos, é produzir a arte maior, a arte divina: e a pureza e o poder da arte estão contidos no âmago do artista... E o grande artista é capaz de esquecer que é um ser humano (com desejos e carências afetivas), dedicando-se exclusivamente à sua tendência criativa... Pode ser loucura esquecer-se da própria vida material, pois os grandes artistas são grandes loucos; mas a recompensa divina, no mundo espiritual, é uma loucura incomensuravelmente maior... O Homem pode acumular títulos, diplomas, certificados e troféus; mas para Deus estas quinquilharias não valem absolutamente nada: o buraco é bem mais profundo, eu tenho dito...











FERNANDO PELLISOLI
Enviado por FERNANDO PELLISOLI em 21/09/2010
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