Fernando Pellisoli
Sou o Poeta da Loucura da Pós-modernidade
Meu Diário
20/09/2010 21h40
PRIMEIROS ANOS
 
Eu nasci no Hospital Geral de Porto Alegre às 14h30 min. E deslizando como bem disse a minha santa mãe; não provocando dor alguma a ela – ainda que em parto normal e pesando, incrível, quatro quilos e novecentas gramas. E dos meus primeiros dois anos aqui em Porto Alegre nada sei sobre os acontecimentos com os meus cuidados, pois nunca perguntei nada a minha santa mãe a respeito disto... Depois de completados os dois anos de idade, meu pai (que era militar) foi transferido para Santa Maria (interior do Rio Grande do Sul)...  Com três anos de idade, já começava a escrever as minhas primeiras palavras, sabendo, inclusive, escrever o meu nome completo... Meu pai, muito atento, percebeu desde muito cedo a minha esperteza e a minha inteligência acima da média: ensinou-me tudo o que foi possível, tanto que iniciei os meus estudos primários com relevantes avanços de conhecimentos; proporcionando-me um grande realce sobre os meus colegas...
Obtive o primeiro lugar, em todos os meses, durante os cinco anos do meu primário, colecionando um número de notas dez invejáveis: o meu normal sempre foi tirar dez em todas as disciplinas escolares... E meu pai exigia muito de mim, sempre me tomando todos os trabalhos realizados em sala de aula: depois de comprovar que eu sabia tudo, era liberado para brincar – como toda criança saudável, eu sempre adorava vários tipos de brincadeiras...
Minha predestinação ao sofrer ingente já se manifesta muito cedo, quando eu contava com 12 anos... Desde a idade de sete anos, eu tive a minha primeira namoradinha – com a qual, de mãozinhas dadas, íamos estudar o alfabeto: chamava-se Gilcelaine, e foi o meu primeiro sentimento afetivo; e havia um amor puro entre nós... Mas um terrível acidente de carro a matou junto com o seu pai: eles ficaram desfigurados – eu fui me despedir dela; mas não tive coragem de olhá-la pela última vez... Ir para a escola, sem a presença ladeada do meu amorzinho, ficou muito ruim e melancólico demais: chorava da minha casa até chegar à minha escola – os meus olhos ficavam tão vermelhos que todos comentavam sobre o assombro da minha tristeza...
A tragédia ainda iria tornar-se mais insuportável, pois não passados algumas semanas; o meu pai do meu coração, o meu grande herói, o meu maior amigo, tem um derrame cerebral, vindo a falecer em seguida... Foi uma semana de choro ininterrupto, sem sequer me alimentar direito, e quase que convulsivamente lamentava a morte do meu adorado pai de todas as horas, de todos os momentos... Era um pai disciplinador, é verdade, mas extremamente amoroso... E a vida já começa desde muito cedo a me marcar com severas implicações do sofrimento exacerbado e profundo...
Amanhã eu continuarei falando mais detalhes da minha infância (que foi muito alegre; mas encerrou de forma estupidamente trágica... Falarei de todas as minhas brincadeiras, do meu irmãozinho mais velho e das minhas peripécias infantis... São coisas muito engraçadas...
 
Publicado por FERNANDO PELLISOLI
em 20/09/2010 às 21h40